23 de março de 2011

Eurico

Dezembro de 2010,


Eurico querido,

Cadê você que não encontro???
Para onde foi?
Faz tempo que não nos falamos e queria tanto lhe ver …
Que rumo foi este, tão desconhecido, que não consigo lhe achar nunca, por mais fortes que sejam minha vontade e pensamentos??
Dezembro já está aí, Eurico, pertinho. A lindinha Isabela já vai fazer um ano, você tem que conhecer!!
Além disto, precisamos logo programar o nosso Natal.
Antes, podíamos ir ao sítio, para catarmos mangá Ubá, sentarmos no barranco, como gostàvamos, e ficarmos lá … conversando sobre o velho Rio Branco.

Assunto novo?? não, nem era preciso. Não importava!

O bom era poder estar alí, juntos, remoendo passado e recordando cada detalhe da nossa infância como se fosse uma grande surpresa para nós.

Afinal, manter essas lembranças nos ajuda a suavizar as saudades e, a cada dia que passa, percebo que deixamos o nosso Rio Branco faz muito tempo mas que ele não nos deixou, jamais!

Na verdade Eurico, mais do que tudo, eu quero acreditar sempre que ainda estou lá, acordando cedinho com aquele movimento alegre de casa do interior mineiro que não tem a menor pressa, principalmente na hora em que todos se encontram para o famoso café com leite.

A porta da casa ficava aberta o dia inteiro para quem quer fosse, bastando apenas chegar na base do Ô DE CASA!!! Não havia estranhos, Rio Branco era uma só família.
Na verdade, Eurico, vira e mexe, vai e vem, a gente parece querer mesmo, agora, na nossa idade, é voltar para casa, na chácara da Mello Barreto, de onde, bem vimos com o caminhar da vida, que nós nunca saímos...

Mas hoje, ainda é dezembro, estamos em Brasília tentando lhe encontrar. Lembre-se, você me prometeu e eu cobro, quero você sempre presente no nosso Natal!!!

Te amo muito!


Bjs

Elza